Chovem os artigos na imprensa internacional sobre a crise da imprensa, enquanto crescente número de jornais fecham, despedem jornalistas, diminuem suas tiragens. Os diagnósticos, ao serem feitos, em grande medida por pessoal ligado a essa imprensa, não consegue sair do rame-rame usual: a difusão da internet grátis, etc., etc. seriam os responsáveis. Será?
Na realidade, a crise da imprensa é a perda de credibilidade - é uma crise ética, de sua transformacão em um instrumento da publicidade - do ponto de vista econômico, e da sua constituicão em mentor político e ideológico da direita. Os dados, publicados recentemente, demonstram como todos os grandes jornais brasileiros perdem leitores, mas sobretudo perdem influência. Se pensarmos que todos os maiores jornais e mais quase todas as revistas semanais - à excecão da Carta Capital - são de férrea oposicão ao governo que mantém 83% de apoio, e eles conseguem apenas 5% de rejeicão ao governo, temos uma idéia da baixíssima produtividade desses órgãos de oposicão.
Fonte: Emir Sader - cientista político - Revista Caros Amigos - março de 2010.
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